Sinopse
Billy Hayes (Brad Davis), um estudante americano, ao visitar a Turquia decide traficar alguns pacotes de haxixe, prendendo-os debaixo de suas roupas. Seu plano acaba não dando certo e ele é preso, com sua vida se transformando em um pesadelo a partir de então, pois é brutalmente espancado e jogado em uma imunda prisão. Quando espera ser libertado é levado a um novo julgamento com efeito retroativo, que o condena a uma longa pena.
Fortíssimo filme sobre dor, miséria e liberdade. Acompanhamos através das lentes de Alan Parker a trajetória cruel vivida por um jovem preso na Turquia por carregar drogas. As cenas são chocantes, profundas e gélidas. Alan Parker faz uma fita brutal e cheia de contundência sobre a prisão turca, o resultado é tão cruel e crítico que Parker passou a ser odiado na Turquia. A fita é opressiva e sufocante, do mesmo jeito que o personagem fica enjaulado e sem formas de se movimentar o espectador se sente da mesma maneira e se sente vulnerável. Não é um filme fácil e confortável de se ver. É preciso ver o filme com uma certa frieza, pois as cenas são de difícil compreensão e se não entrar no clima e ser uma testemunha do que acontece na prisão dificilmente gostará do filme. Billy Hayes (Brad Davis) é um jovem rapaz de boa família e de situação financeira confortável. Ele e sua namorada estão na Turquia e estão retornando ao país natal. Billy tem um plano idiota: levar para os EUA uma droga chamada haxixe, a qual ele conseguiu com um taxista. Para conseguir passar pela guarda local com 2 Kg do produto amarra em seu peito a droga. O plano acaba falhando e Billy acaba indo para a prisão. O local é praticamente um ninho de rato. Sujo, imundo e mal tratado. Em seu julgamento Billy pega a pena leve, levando-se em conta o crime cometido. A partir dali, ele passa a se comportar e a fazer amizades no local. Porém, essa pena que ele recebe errado acaba sendo anulada e ele vai para um novo julgamento. Ele perde a cabeça e pega uma punição muito pesada. Agora de menino comportado ele passa a bolar planos para fugir do local junto com mais dois prisioneiros. Mas o caminho não é fácil, pois qualquer erro e a punição é severa. E ainda um dos prisioneiros é infiel com os outros e nem se importa em acabar com o plano deles. Billy terá que ser forte para manter a sanidade, que parece que seus amigos estão perdendo. Alan Parker conduz o filme com extrema maestria e ousadia. A cada cena uma nova emoção, um novo ângulo, uma nova mensagem, uma nova imagem. Um trabalho de personalidade. Parker realça bem a angústia, a ânsia, vontade e a sensação do personagem. Isso ainda é brilhantemente passado ao espectador também pela ótima revelação da época, o ator Brad Davis, que transmite todos os sentimentos do personagem com extrema sensibilidade e com grande empenho. Este promissor ator viria a morrer anos depois, de Aids. A elaboração do roteiro também é muito competente. Oliver Stone se baseou no livro de Billy Hayes e William Hoffer para compor o enredo do filme. O personagem enfrenta a prepotência dos guardas locais, errado a falta de luz na vida, a solidão, entre muitas outras coisas, chegando ao desfecho duvidoso. "O Expresso da Meia-Noite" ressalta a falta de humanismo, de justiça e de comoção na prisão. O personagem errou, assumiu o erro e cumpriu a pena dada, porém a falta de justiça o condenou novamente e fez com que sua vida fosse por água abaixo. Ele teve que lutar por uma liberdade, cuja a qual ele já tinha por direito. Na vida todo mundo erra (pelo menos eu acho), alguns erros são facilmente contornados, outros tem conseqüências mais drásticas. O personagem aqui sofre por seu erro e ainda pelo erro dos outros. Alan Parker faz um trabalho excelente, mais uma vez dando total valor à liberdade."
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