domingo, 26 de julho de 2009

O Estranho caso de Julia Pastrana - parte final


Em 1864, em turnê com sua embalsamada família pela Suécia, Lent escutou falar de um circo local onde a principal atração era uma mulher barbada. Pois lá foi o "galã bandido" fazer charme para a mocinha barbuda.

Primeiro foram ramos de flores, depois bombons, e por último cartinhas de amor jurando que ela recordava sua "amada" ex esposa, que estava apaixonado por ela, que roubaria as estrelas para presenteá-la e o típico bla bla próprio dos grandes cafajestes.

Ao final, a nova mocinha peluda sucumbiu ante aos tantos galanteios de Lent e pouco tempo depois, enfeitiçada, aceitava seu doce pretendente como esposo.

Logo após o casamento Lent começou a exibir a sua nova esposa como a irmã oculta de Julia Pastrana, e como bom monógamo e respeitoso que era, alugou as múmias da ex mulher e filho para um museu.

Em 1880 Lent ficou louco e foi internado em um asilo onde morreria poucos anos depois.

Em uma espécie de justiça poética, a segunda senhora Lent reclamou as múmias como herança conjugal, e após vendê-las desapareceu para sempre.

As múmias da pobre Julia Pastrana e seu filho seguiram mudando de mãos até que em 1973 o bispo de Oslo cancelou sua exibição na Noruega e quis lhes dar uma sepultura cristã, mas foi impedido pelo empresário e dono das mesmas.

Com o tempo as múmias foram esquecidas em algum sótão até que em 1979 voltaram a ser notícia quando a polícia de Oslo foi notificada que crianças haviam encontrado um braço mumificado no lixo dos subúrbios da cidade e logo após encontraram o resto da múmia sem o vestido de bailarina em uma caminhonete velha abandonada.

Eles foram vistos pela última vez em 1990 no sótão do Instituto Forense de Medicina do Rikshospitalet de Oslo.






En 1963, baseado em crônicas sobre a vida de Julia, o cineasta italiano Marco Ferreri dirigiu Ugo Tognazzi e Annie Girardot no filme "La donna scimmia".





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